Mariam ainda tinha viva em sua memória e em seu coração, muitos momentos vividos durante o período de colonização de uma pequena cidade, localizada a beira da BR 163, chamada de Itaúba-MT. O nome foi uma homenagem ao comparar a força e a resistência do povo desbravador daquele local com as árvores majestosas e nativas em grande quantidade, até então naquela mata virgem.
Estava na faixa dos 30 anos (o que para sua cultura, já tinha passado da época de casar e ter família), vivia feliz a sua maneira, na região sul cuidando de seus irmãos menores, fazendo o serviço de casa e também da pequena colônia que sustentava a família.
Há de se lembrar que tinha uma tia chamada Dolores, cujo marido era conhecido na região por conta de suas aventuras, o Carlos. Esse tio corajoso, recebeu a proposta de um rico fazendeiro para desmatar e ajudar a formar uma cidade no interior do Mato Grosso, localizada a 600 km da capital. Que loucura!!! Mas adivinhem?
A tia, depois de muito insistir convenceu seus pais para que Mariam fosse junto. Proposta aceita, a moça arrumou algumas poucas roupas, já que não tinha muitas mesmo..., e tomou seu lugar no Fenemê! Pensa numa viagem longa!!! Estrada e mais estrada, mata e mais mata, atoleiro e mais atoleiro, dificuldades e cansaço!!! Parecia que nunca chegariam a bendita Itaúba. Quanto arrependimento! Sem contar que nem imaginava o que lhe esperava...
Em um dos trechos nos arredores de Cuiabá, a sonolência tomava conta do corpo de Mariam, cujos devaneios foram suspensos por um som tão ensurdecedor que seus ouvidos provocaram eco durante muito tempo. Mas barulho de que?